segunda-feira, 28 de maio de 2012

A luz vem e vai. Ilumina o canto do mundo. Toca a música do silêncio. Arde o chão. A brasa incontida viaja na veia que salta. O corpo procura o rio revolto. A luz vem e vai. O tempo brinca de criança. O sonho roda no bambolê da menina de trança. O medo partiu. A rua vazia aguarda. O acordar do dia úmido. Da esperança que descansa. Inquieta. A luz vai e vem. O mundo espera.
É noite. Sigo. Sublinho o carinho da mão amada. Esqueço as bobagens. Relevo o desimportante. Solto o freio. Devagar. As entranhas agradecem. Traço outros caminhos. Para trás é para sempre desvivido. Reconheço o contorno do mundo novo. Peço licença pros deuses do cosmos. Sigo. Rodo o pião. Visto saia plissada. Desconheço o olhar que desvia. Lanço pétalas. Voo no desespaço. Siderada. É noite. Sigo. As asas dizem amém.
No tempo do escuro 
Rodo nas luas esquecidas
Quero a boca faminta
A vida que arde
A luz acesa
De cores desconhecidas
Falta a fé
No tempo do escuro 
Brilha o calor 
De cada pequeno
Gesto
De cada
Grito
Da dor 
Emudecida
No tempo do escuro
Apago a luz
Para ver 
Tentar
Cantar
Uma canção 
De ninar